sábado, 29 de dezembro de 2012

Queridos e queridas, finalizo o ano com este poeminha que 'acabei de tirar do meu forno'. Ofereço-lhes, com todo meu carinho e o desejo de que em 2013 todos possam 'preencher sua folha' com valiosos e bonitos traços!

Complimenti a tutti voi!

LIÇÃO DE CASA

Ano vai, ano vem...
O tempo é contínuo.
Longo pra uns,
Nem tanto pra outros -
Uma folha que recebemos
Em branco.
A lição de casa pra fazer!

Uns desenham, escrevem, pintam;
Outros fazem conta, rabiscam,
Amassam, jogam no chão...

Como se usa esta folha,
É o que conta na avaliação.
Uns passam com grandes méritos,
Outros ficam na recuperação.
 

domingo, 25 de novembro de 2012


BELEZAS DE VERÃO



Neste período do ano, a maioria dos jornais, principalmente os de grande circulação e capitais, dedica diariamente um espaço para mostrar beldades que circulam pelas areias. Sereias! “Fulana na praia do Cassino, Beltrana nas areias de Atlântida”. Ninguém conhece, nunca viu a tal criatura, nem mais gorda nem mais magra. Agora é mostrada com todas suas curvas, cabelos, olhos, bocas, caras e dedos. Linda! Escultural!

Por que não colocam foto de mulheres ‘normais’ nestes espaços? Normal como é a maioria, com algumas gorduras há mais ou a menos; seios e bundas ‘naturais’, provando que o tempo não pára; a linearidade das curvas comprometida pela diminuição do colágeno: estrias, celulites, pelanquinhas, gordurinhas, barriguinhas, ruguinhas. Por que não é bonita? Paradigmas da moda, época, cultura.

No passado quando os padrões de beleza eram outros, a mulher tinha que ser branca, para provar que não precisava trabalhar ao sol para sobreviver, e gordinha para provar que não passava fome e tinha um corpo bem constituído para ser uma boa mãe. Este era o estereótipo das modelos da época. Pousavam para os grandes pintores como Renoir (1884/87). Suas mulheres nuas, fisicamente palpáveis, corporificadas, vivas, opulentas eram disputadas pela elite mundial a peso de ouro.

Hoje temos que passar fome, gastar muito em cosméticos, estéticas, dietas, trabalhar e malhar, para transpirar beleza. Que loucura gente!

Na verdade existe uma enorme diferença entre uma mulher bonita e bela. Nem tudo o que é ‘bonito’ é ‘belo’, no sentido literal da palavra. Existem muitas mulheres belas, mas não tão bonitas, passeando pelas areias neste verão. Mas esta beleza nenhuma câmera capta. Nem mesmo estas digitais com alta resolução de imagem. Uma mulher bela é elevada, sublime, agradável aos sentidos. Vai muito além da sua pele e forma. É inteira, única e original. É encontrada no olhar, no sorriso, na atitude. Com esta beleza, os cremes e bisturis tornam-se obsoletos. Esta beleza o tempo não rouba, só aprimora.







domingo, 28 de outubro de 2012


MULHERES



Quero falar do livro ‘Mulheres que Correm com Lobos’. Comecei a lê-lo há muito tempo. Parava e retomava inúmeras vezes, demorei muito para concluir a leitura. É longo, trinta e oito páginas só de introdução. Há alguns meses atrás, consegui o propósito de ir até o fim. Não vale a pena desistir, o livro merece. Trata-se de uma teorização sobre o arquétipo da mulher selvagem. Através da interpretação de lendas e histórias antigas como as do Barba-Azul e Patinho Feio, a autora identifica a essência da alma feminina, propondo o resgate desse passado longínquo como forma de alcançar a verdadeira libertação. Depois de terminar a leitura, consegui elaborar meu próprio conceito sobre o tema.

Para eu,  nascida interiorana, numa época e lugar onde tudo se arrancava da terra, da água ao pão. Crescida com as quatro estações impressas e definidas pelos olhos e sensações; adolescida com os medos e mitos da vida do mato; depois graduada e analisada, sofrida e vivida, essa mulher que a autora refere, é aquela que nasce dentro de nós e que vamos perdendo vida a fora. A que foi sendo domesticada desde sempre, lapidada conforme os interesses das épocas.

As mulheres passam quase a vida toda como criaturas disfarçadas, cambaleando sobre saltos, enfeitadas sob lenços e chapéus, caminham séculos após séculos, fingindo-se de putas ou santas. Muito mais de santas. Segundo a mitologia romana, puta é a ‘deusa menor da agricultura’. O significado literal da palavra é poda. As festas em honra a esta deusa celebravam a poda das árvores e, durante estes dias, as sacerdotisas manifestavam-se exercendo um bacanal sagrado (prostituíam-se) honrando a deusa o que explicaria o significado corrente da palavra em muitos países de fala latina.

Essa mulher não domesticada é sempre a mesma, não importando a cultura, a época ou a política. Ela é ideias, sentimentos, impulsos e recordações. Sabe o momento de chegar e o de partir. Por mais que seja torturada, silenciada e enfraquecida, entre outros sinônimos depreciativos, ela ergue-se às superfícies. Mesmo a mais tranquila e reprimida das mulheres, guarda um canto secreto para essa selvagem, com sentimentos e pensamentos exuberantes que são da sua natureza. É necessário despir-nos dos mantos falsos que nos sobrepõem para despertá-la dentro de nós.

Assim como consegui terminar de ler esse livro, tenho o propósito de ler todos os livros não lidos da minha biblioteca caseira, que nem são tantos assim. Terminar leituras, contos inacabados, poesias abortadas, ensaios interrompidos, projetos intermitentes... Coisas que fazem parte da complexidade feminina!

É uma forma de resgatar meus destroços e reorganizar-me. Maneira singela de ‘honrar minha deusa interior’.





quarta-feira, 12 de setembro de 2012


AGRADECER

Obrigada Deus
Pelo sol e a lua.
Pelas plantas,
Pelo pássaro que canta.
E também as flores.
...
Pelos amores e
Também os dissabores.
...
Pela vida comprida,
Que late dentro
De mim.
...
Está muito bom,
Nada de ruim.
...
Que assim seja,
Hoje, amanhã e sempre,
Eternamente!





quinta-feira, 23 de agosto de 2012


BÁSICA




A maioria das mulheres gosta de produzir-se, maquiar-se, renovar o figurino, o guarda-roupas, enfeitar-se com jóias e acessórios. Algumas ficam elegantes, outras lindíssimas e algumas, de gosto menos refinado, acabam ficando pior. Determinadas ocasiões da nossa rotina, exigem tais produções. Confesso que tais investimentos me dá uma preguiça danada. Ainda bem que minha vida social é restrita. Teve épocas em que eu ansiava por tais momentos, novidades, festas, convenções, um reboliço qualquer. Hoje, se pudesse, não tiraria o pijama e as pantufas, a não ser para tomar banho, ou para trocar pelo abrigo e um par de tênis, porque gosto de caminhar. E olha que nem sou tão velha assim!

Acontece que é tanta oferta de vestuário, calçados, bolsas, acessórios, cosméticos e outro escambau de produtos sob nossos olhos, por todos os lados, nas mídias, nas vitrines, que chega ao nível da saturação. Não há dinheiro e energia pra consumir tudo. Foi ai que tomei uma postura radical: ser básica! Somente o necessário, nada mais que o necessário.
Sinto uma certa nostalgia da época em que se tinha uma roupa para usar nos dias da semana e outra para os finais de semana e só. Eram produtos caros de se adquirir, poucas lojas, poucas ofertas. E se cuidava mais. Não que a globalização e evolução neste aspecto seja ruim, mas eu tenho o direito de resistir aos apelos consumistas deste mercado desvairado. E mesmo quando saio do abrigo ou do pijama, meu vestuário é sóbrio. O básico me cai bem. Ai de mim, mas sou feliz assim.

terça-feira, 21 de agosto de 2012


ESSENCIAL



Algum tempo atrás, estava conversando com meu filho. Ele me falava sobre seus relacionamentos na escola e na internet. Acredito que a melhor forma de saber com quem nossos filhos estão interagindo no mundo virtual é através da confiança e diálogo. Relatava-me sobre um ‘amigo’ que fez da cidade de Santos, jogando Tíbia. Tinha dúvidas sobre adicioná-lo ou não ao seu Facebook. Depois de ouvi-lo falar todas as características do internauta, dei meu parecer. Com um sorriso aliviado e seguro, me abraçou dizendo:

- Mãe eu te amo! Tu és essencial para mim.

Achei espetacular e forte aquele ESSENCIAL que ficou ecoando horas nos meus ouvidos. Ao mesmo tempo em que me sentia abençoada por aquela palavra de nove letras, aumentava meu sentimento de responsabilidade na sua criação. Afinal, o que significa ser essencial para alguém? Que sentimentos despertamos em alguém para que nos considere essencial em sua vida? Quem é essencial pode ou não falhar?

Metafisicamente falando, essência é uma coisa construída pelas propriedades imutáveis da mesma. Essencial é aquilo que é necessário. Por exemplo, o arroz, feijão e frutas foram alimentos essenciais para suprir a fome. Daí que somos essencialmente indispensáveis para a formação do caráter dos nossos filhos. A propriedade imutável deles. Seu feijão, arroz e frutas. Acredito que todos os pais, dentro de suas realidades se esforçam para ser muito mais do que este cardápio básico. Todos os dias a gente inventa algum prato ou no mínimo, um tempero diferente para aprimorar essa refeição. Não é uma tarefa fácil. Além de muita energia, é preciso vigilância, reflexão e até oração constante, para que nossa própria essência não se desintegre durante a caminhada.

Mas eles também são nosso ponto principal. Renovamo-nos com sua juventude e vigor. E lhes oferecemos a sabedoria das vivências, que de alguma forma, em algum momento da jornada deles deverá ter certa utilidade. Uma dinâmica simbiótica entre células que se renovam rapidamente com outras que já não processam mais algumas funções.

Uma relação de troca essencial para nossa felicidade e paz de espírito.

segunda-feira, 30 de julho de 2012


LUGAR DE HOMEM É NA RUA

Foi um período de transição. Meu marido terminou uma sociedade comercial e mudou-se para dentro de casa com sua agência de publicidade. Era só por uns dias, até liberar um outro espaço que estava ocupado. Teve todo o meu apoio, afinal trabalhar dentro de casa era o melhor a fazer naquele momento. Ocorre que eu também não trabalhava mais fora. Recém tinha me aposentado e finalmente retomaria meus textos e outras mil e uma coisas proteladas, em casa.
Nos primeiros dias foi muito bom. No café da manhã e nas demais rotinas, nós dois juntinhos, ao alcance físico um do outro, vinte e quatro horas. Os dias passaram, fechou um mês, dois, três... Algo começou me incomodar. Aquela figura masculina, plantada na sala, na biblioteca e vice-versa, passou a me desconcentrar. Sem contar que a nossa casa virou um grande depósito de papel, computadores, impressoras, livros, revistas, tintas, cenários, tela e cavalete, porque meu amado homem transferiu até seu atelier para dentro do nosso lar.
Aquilo me foi sufocando e uma enorme necessidade de espaço e solidão tomou conta de mim. Não podia mais vê-lo à minha frente. Aquele homem, apesar de todo meu amor, diuturnamente sob meus olhos, definitivamente eu não aguentava mais. Sentia falta de sentir saudades! Tudo o que ele fazia, como o modo de sentar, a fala ao telefone, o riso, o bocejo, o espirro, a lentidão dos dedos no teclado, me irritavam. Procurava ficar o máximo de tempo nos demais cômodos da casa e fazer tarefas externas, mas quando retornava e via aquela mesma pessoa plantada no meio da nossa sala...Ai que raiva!
Até que um dia ele foi visitar um cliente e, depois de meses, passou toda a manhã na rua. Naquelas poucas horas produzi um mundo. Liguei o som no meu programa e volume, aspirei o pó da sala, penteei nossa gata, amassei e assei pão, escrevi, li e cantei. Nunca mais tinha me sentido tão livre dentro de casa, sem o grilhão daquela presença constante.
Me perdoem as mulheres que reclamam dos seus homens que vão ao futebol, com os amigos, que trabalham muito tempo fora, mas lugar de homem é na rua. É da essência masculina desde a gênese. Nós mulheres, podemos circular tanto dentro como fora de casa. Todos os espaços são nossos, porque somos necessárias em todo e qualquer lugar.
Homem dentro de casa, só para substituir ‘ipsis literis’ a mulher e à noite, com toda certeza, para o afeto e o sono. Fora destas hipóteses, deixem os homens no trabalho, no futebol, nas reuniões e com os amigos. É sua tarefa e talento. 

domingo, 22 de julho de 2012


OLHAR ACUSADOR

Nunca gostei muito de espelhos. Gosto de me apreciar, mas sem narcisismos. Como diz Caetano, “todo Narciso acha feio o que não é espelho”.
Dia desses entrei num magazine, com departamentos e  roupas de todo gênero. Empolgada, enchi uma sacola de peças variadas e me enfiei num provador. Tinha espelho nos três lados e no teto, luzes fortes e claras. Via-me por todos os ângulos e naquele espaço de um metro quadrado de espelhos não há mínimo detalhe das tuas carnes que passe ileso. Tirei o que vestia e comecei aquela maratona de experimentações. Tudo ‘caia muito mal’! O que estava errado? Parecia gorda, barriga com ‘pneus’, a cintura sumida entre gorduras localizadas, culotes salientes, bunda flácida, seios enormes, canelas finas, cabelo seco e sem vida, com fios brancos na raiz, o nariz caído, pés de galinhas? Também, muitos pés com pernas e tudo. Vi-me literalmente nua, exposta em toda vulnerabilidade da minha matéria. Nenhum ângulo me dava qualquer esperança. Estava velha, gorda e feia! Os ‘olhos do espelho’ acusavam a verdade dos fatos. Prova cabal. Sentença irrecorrível. Julgada e condenada pelos caprichos do tempo.
Sai do provador arrastando a sacola de roupas junto com minha auto-estima. Chegando à casa fui tirar satisfações com meu espelho.
_ Ingrato, porque me enganou tantos anos? Por que teus olhos não acusam a realidade das minhas formas?
Serenamente, me acalmou:
_ Querida, não sou eu o ingrato. Os espelhos que te viram, também mostram as milésimas cicatrizes de plásticas, peitos e pernas turbinados, rostos esticados, cabelos tingidos, narizes empinados.
Serenamente, me acalmei. Meu espelho é bem mais sincero, honesto, leal. Beijei-me nele e me gostei muito.
Afinal, cada mulher se espelha do jeito que quer.


Preliminarmente....


fiquei algumas semanas ausente deste blog, por razões imperiosas à minha vontade. Resumindo: PREGUIÇA!
Quem não se depara com ela, vez em quando? Ainda mais nesses dias frios que tem feito, onde se tem mais vontade de comer e dormir do que escrever ou fazer qualquer coisa do gênero.

No inverno a regra é hibernar. Trabalhar deve ser a exceção!

Beijo a todos, com meu carinho de sempre!


terça-feira, 26 de junho de 2012

Dena Escritora

Dena Escritora


A OUTRA

A faxineira chegou,
Entrou em mim.

Limpou o chão
Do quarto, sala,
Varanda, banheiro...

Espanou os móveis
Depois lustrou.

Que limpeza que ficou!
Ao som da música sertaneja:

Mexe Que é Bom,
Saudade Bandida,
Luar do Sertão...

Nem paguei diária,
Foi embora feliz!

Amanhã, diz

Que vai voltar
Pra cozinhar.

* Esta poesia foi selecionada e faz parte da Antologia 'Histórias do Trabalho', edição 2008 - SMC de Porto Alegre-RS.


domingo, 17 de junho de 2012

Buona settimana a tutti!

O BAILINHO DE DOMINGO


Chega-se lá pelas quatro da tarde. A pista já está cheia, as mesas também. Um cheiro de naftalina no ar, misturado com perfumes de aromas diversos e indescritíveis, um odor de alegria misturado com nostalgia; de juventude com velharia; de realidade com fantasia.
Numa mesa mais ao fundo, próxima da pista e do banheiro feminino, local estratégico, senta o Piu-Piu. Com oitenta e oito anos, restam-lhe ainda alguns fios muito finos e branquinhos de cabelos, que ele penteia para trás com alguma coisa umedecida para que se mantenham firmes na posição. Suas juntas estão doentes de artrose. Mesmo assim, dança com os braços e as mãos, acompanhando a música do conjunto. De vez em quando uma moça vem e lhe tira para ‘uma peça’. Ungido de todas as forças, mais da alma que do corpo ele sai rodopiando, marcando direitinho o ritmo, seja lá qual for, e aguenta firme até o final.  Depois senta e toma mais um gole do uísque bom que trás de casa, numa garrafa muito particular. O garçom que já o conhece, deixa-lhe uma jarra com pedrinhas de gelo e alguns guardanapos, em troca de uma polpuda gorjeta de doze reais.
As mulheres usam seus melhores modelos de vestidos, blusas, calças justas ou saias de oncinha, pretas ou coloridas, com bijuterias e encharpes muito brilhosas. Gordas, magras, velhas, seminovas, retocadas, plastificadas... Não importa, a regra é ser feliz! 
Os homens, mais raros, são quase sempre os mesmos: o carioca, a cada domingo, usa um terninho de cor diferente, conforme o tema da ocasião: durante a copa do mundo, usa um terno com as cores da bandeira do Brasil; no domingo que tem GRENAL, vem de vermelho, deve ser colorado e nos ‘domingos normais’, usa os outros, branco, bege, azul... Sempre combinando com sapatos envernizados e gravata. Ele dança sempre no mesmo passinho, independente do ritmo. Deve ser por causa dos muitos anos de marcha no exército. È sargento aposentado!
Tem um senhor que chega com uma boina e um termo escuros e camisa vermelha. A gravata sempre é branca. Entra com as mãos no bolso, olhando por cima, de cá para lá, sondando o ambiente, com ares de predador. Quando começa a dançar, não para mais. Reveza com a mulherada que parece se divertir muito com ele salão afora.
Lá pelas tantas, a música cessa e a dona do baile, com voz aguda e meio fanha, sobe no palco com seu rei e rainha. Agradecem as presenças, anunciam os aniversariantes, convidam para o próximo. Os presentes formam um grande círculo na pista, o conjunto começa a tocar ‘feliz aniversário’ e os parabenizados giram pelo salão mostrando seus passos e movimentos, cada qual se proseando mais do seu desempenho.
O círculo se desfaz, uns voltam a sentar, outros trocam de pares e continuam a dançar. Algumas mulheres vão ao banheiro retocar cabelo e maquiagem. Retornam às mesas sentindo-se renovadas e...  Segue o baile.




quinta-feira, 7 de junho de 2012

“todo homem é um tolo por pelo menos 5 minutos todos os dias; a sabedoria consiste em não exceder este limite.”

Elbert Hubbard


SABEDORIA e IDIOTIA

  

Curiosa com o significado das palavras,  futriquei na internet sobre estes dois termos. Encontrei muitas significações. Segundo os ensinamentos de Sócrates, sabedoria é você estar sempre buscando o porquê das coisas, mas também admitir que você nunca será o detentor da verdade. Aristóteles dizia que a dúvida é o princípio da sabedoria.

Sabedoria é a qualidade do sábio, é prudência, moderação, temperança, sensatez. No popular brasileiro, sabedoria é esperteza, astúcia, manha. A idiotia, por sua vez, é definida como ‘atraso intelectual profundo, caracterizado por linguagem e nível mental inferior ao da idade normal de três anos’. Conseqüentemente, idiota é todo sujeito doente de idiotia, ou simplesmente uma pessoa pouco inteligente, ignorante, imbecil. A idiotice é um tema vasto, com muitos aspectos diferentes. Quando examinamos a questão da inteligência e da idiotice, surgem algumas perguntas: o que é, afinal, inteligência? O que é burrice? A idiotice é genética, hormonal ou aleatória?

Encontram-se tanto sábios quanto idiotas em qualquer lugar: do seu lado, às costas, nos bares e restaurantes, nas tribunas, palcos, auditórios, na frente do computador... Ou até à frente, ou atrás, deste artigo que se lê. Há idiotas que passam por inteligentes e há pessoas inteligentes que passam por idiotas. O caso de um dos maiores gênios da ciência, Albert Einstein, é ilustrativo. No início da vida, ele recusou-se a falar antes dos três anos de idade. Seus pais pensavam que fosse retardado mental. Quando Einstein ingressou na escola, foi novamente considerado imbecil. Para os professores, ele era um idiota que não conseguia decorar nada e se comportava de modo estranho. Em vez de responder imediatamente a uma pergunta, como os outros alunos, sempre hesitava. E, quando respondia, movia os lábios em silêncio, repetindo as palavras. Décadas mais tarde, Einstein deu o troco. Ele qualificou o nosso moderno sistema educacional como uma estrutura que reprime a inteligência e busca fabricar idiotas obedientes.

Na vida acelerada do mundo de hoje, todos querem ser espertos, vivos e astuciosos. Certa ocasião um colega me disse: ‘o mundo é dos vivos minha querida!’ Será que ele quis dizer que eu sou idiota? Vai saber!

Poderia escrever sobre este tema até a vigésima página, mas o espaço limitado não me permite. Também não adiantaria muito, porque ninguém mais tem tempo para ler. Sempre há ‘algo mais importante a fazer’.  É a vida corrida!





terça-feira, 5 de junho de 2012

O PRAZER DA FOFOCA

A origem da palavra fofoca vem do verbo mexericar que significa falar mal de alguém e que deriva do forte odor que a fruta mexerica deixa na mão. Não há como esconder que se comeu ou descascou uma mexerica. Essa mesma inclinação reveladora tem o fofoqueiro. Pedir segredo para o fofoqueiro é como pedir a alguém que não revele que comeu uma mexerica. Falar da vida alheia é uma prática bastante antiga. Na pré-história, os homens buscavam informações da vida de outros humanos, para saber suas fraquezas e medos com o objetivo de dominar, conquistar, vencer. Naquela época não havia escrita e as informações eram passadas oralmente. Assim, a fofoca passou a fazer parte da história, sendo utilizada em estratégias políticas, para desmoralizar monarcas.
No Jardim do Éden, logo após Adão e Eva ter comido do fruto proibido, a Serpente - causadora da expulsão do casal do Paraíso -, não satisfeita, disse para Adão que ouviu dizer que Eva teria dito que achava o seu pinto pequeno. Se Adão acreditou, ou não, o certo é que logo depois tratou de cobri-lo com uma folha de parreira.
O fato das pessoas se importarem tanto em saber sobre a vida dos outros muitas vezes é uma compensação por frustrações próprias, além de pouca atenção e cuidado com a própria vida. Quem faz fofoca levando as derrotas dos outros para frente é porque não quer olhar para os próprios erros. As pessoas mais incapazes são as que mais fazem fofoca. 
A fofoca tem reputação indiscutível. Muitos a praticam com zelo e competência invejáveis e nem sempre ela se apresenta como intriga. Às vezes é beneficamente necessária, surgindo como esclarecimento de fatos. Todos os meios de comunicação nos mantém alimentados com a ‘mexericada’ de qualquer espécie.

 A futrica governa invisivelmente o mundo, que é uma teia enorme de fofocas aumentando a cada segundo. Há sempre uma boca para fofocar e muitos ouvidos prontos para acolher, distorcer, aumentar e passar adiante. Todos querem dar sua contribuição, sentir ‘o seu prazer’.  Tudo isto parece ser a mais autêntica verdade.

A GENTILEZA ANDA LENTA

Todo dia vê-se notícias de acidentes de trânsito que chocam. ‘Um rapaz de dezenove anos, dirigindo bêbado, num carro de não sei quantos mil, atropela uma série de pessoas. Os pais pagam trezentos mil para ele responder o processo em liberdade’. ‘Um engenheiro que dirigia seu Porsche a 150km/h bate num Tucson e mata a jovem motorista de vinte e seis anos’. E as ocorrências seguem.
Não sei porque as campanhas de trânsito aqui no Brasil, que tem sido intensas, não fazem efeito na consciência de certas pessoas. É tão simples dirigir com prudência, dentro da lei e principalmente, com gentileza. Esta, então, anda a passos de formiga e sem vontade, tanto nas cidades como nas rodovias.
Na Europa e em algumas cidades aqui do Brasil, Brasília é um exemplo, a preferência nas faixas de segurança é sempre do pedestre. Tentou-se implantar este costume aqui em Porto Alegre. Não pegou. Foi um horror! Os motoristas xingavam os pedestres e estes palavreavam feio com os motoristas. Alguns dias atrás, eu dirigia numa rua aqui da capital. Parei numa faixa de segurança para dar preferência a uma senhora. Quando parei, os carros que estavam atrás de mim começaram buzinar, um motorista fazia sinais com a mão e outro arrancou o carro a toda velocidade, pegou a faixa da direita, quase atropelou a transeunte e se foi na frente.
Mais adiante, na próxima sinaleira, ele teve que parar do meu lado. Fiquei pensando: por que aquela pressa em ultrapassar, se logo adiante teria que parar no sinal? Existe uma necessidade fálica de ‘estar adiante’, de ‘entrar primeiro’, de vencer! Freud explicaria melhor.
A gentileza é ato tão simples, de efeito muito decisivo nas relações humanas, tanto para quem a recebe, como para quem a pratica. Mas para o exercício desta qualidade é preciso ter esforço e urbanidade. Esta natureza pertence apenas aos nobres, ilustres e distintos, não de valor econômico ou social, mas de caráter.
 

sábado, 2 de junho de 2012




Minha frase do dia:


"Gostaria de poder agradar todas as mulheres que me habitam."


Buon fine settimana a tutti!


VETERANO





Ele está comigo há mais de vinte anos. Foi um presente de aniversário. Capa brochura, azul marinho com letras douradas. Deve pesar uns dois quilos. Mil quinhentos e trinta e oito páginas de conhecimento. Meu companheiro nos momentos de dúvidas textuais, gramaticais, literais. Tocá-lo com meus dedos ágeis, sentir seu cheiro de sabedoria, é um ato que me renova. Um ritual que faz os versos passearem mais rápidos e fluentes pelas minhas ‘veias literárias’. Deve ser efeito da adrenalina, liberada pela excitação das consultas e descobertas.  Parece-me que nele as palavras são mais concentradas e sei que dali jamais fugirá. Ele é único e indelével.

Nestes tempos de informatização globalizada, tudo o que se quer encontra-se disponível online. Desde significações de palavras, receitas de suflê e bolos, até amor e sexo. Entre outros assuntos e sentimentos estranhos e demasiadamente modernos. Mas nada substitui a integridade de um amor antigo. Sinto-me segura e bem assessorada com ele. Se houver outro apagão e o sistema elétrico cair fico sem acesso à rede e a qualquer informação. E essa é a melhor hora em que ele me consola. Nunca me deixa só, sempre vem em meu socorro. Posso vir a perdê-lo? Sim, pode acontecer com qualquer objeto de nosso afeto. Mas procuro alimentá-lo com carícias e folheadas a todo instante. Mantenho-o disponível na estante, ao meu alcance!  (estou cheia de rimas hoje)

Veterano, amarelado, empoeirado e meio aos pedaços, para mim é o mais completo compêndio das palavras e significações da língua portuguesa. O velho Aurélio, do qual jamais me desfaço e juntos vamos cantando “Está findando meu tempo, a tarde encerra mais cedo, meu mundo ficou pequeno e eu sou menor do que penso...”
Poetrix

Anoitecer de outono
Gatas no telhado
Corujas negaceadas.

quinta-feira, 31 de maio de 2012


TEM DIAS QUE

Já deve ter acontecido contigo. Aquele dia em que ‘não estamos no nosso dia’. Os colegas notam se estamos mais ou menos falantes; mais ou menos humorados; mais ou menos produtivos. Mais assim ou mais assado que os outros dias. Se o marido, ou mulher puxa papo, apenas resumimos um: - ahã. Nosso olhar diz o resto.
Os filhos chegam da escola jogando calçados num canto, mochila noutro, trazendo para perto de nós toda energia que nos falta. Mas queremos sossego, estamos sem saco pra nada, nem para corrigi-los. Dá-se um ‘chega’ neles e só ouvimos a porta do quarto bater com força. Adolescentes têm por costume (ou má educação?) bater portas. Deve ser também por causa do vigor da juventude. Mas tem dias que temos a certeza que é por falta de algumas boas palmadas poupadas.
Para as mulheres, tais dias vêm agravados pela tensão pré-menstrual. Jesus me abana! Geralmente dizemos umas às outras:
- Quando estou ‘naqueles dias’ só quero comer coisa doce.
- Eu fico muito irritada.
Outras só choram, ou têm tudo junto:
- Como muito chocolate, choro, me irrito com todo mundo e também me dá dor-de-cabeça.
 Os maridos, namorados e similares, se dividem em dois grupos: os que entendem e os que não entendem suas mulheres.  Dentre os que não entendem, têm aqueles que se diferenciam com o infeliz comentário: “Que frescura! Minha mãe nunca se queixou disso”. Correm risco de lesões corporais sérias ou coisa pior.
Bom mesmo, nesses dias, é nem levantar. Se levantar, melhor não falar. Caso possível, passar o dia vagabundeando. Só fazer o que dá prazer! De preferência ficar só. Fazer uma longa viagem para o nosso interior. Um inventário de nós mesmos. Um arrolamento dos nossos bens finitos e infinitos, avaliando o que tem valido à pena nesta vida. O ‘espólio de cada um conforme suas ações’, poder-se-ia dizer.
Esta viagem íntima é muito positiva, mas pode ser perigosa. Bom, porque fazemos uma conjugação geral dos nossos verbos SER e ESTAR. Perigoso, porque geralmente só fazemos este tipo de análise ‘naqueles dias’.
Nesses dias o melhor a fazer é nos limitar à reflexão. Jamais decidir, para não incorrer em ações equivocadas que nos deixarão muito pior pelo resto dos nossos dias.  Para isso, dias melhores virão.

quarta-feira, 30 de maio de 2012


CHEIROS QUE MARCAM

Do perfume de alguém especial, até o cheiro de naftalina da casa da vovó. Todos os cheiros têm sua marca. Trazem uma lembrança à memória. Cheiros bons ou ruins. Não importa. Sentimos e lembramos.
Dos quatorze aos dezesseis anos morei numa casa de pensão que ficava próxima do colégio, onde cursei o ginásio. Passados trinta anos, lembro ainda do cheiro da roupa de cama limpa daquele lugar. O quarto ficava no sótão. Tinha uma pequena janela com vidraça, um espelhozinho onde só dava para ver meu rosto e cabelo. Uma mesinha com livros e outros apetrechos. A roupa era pendurada na parede. Uma cama com colchão e, só. Ali dormi os melhores sonos da minha vida. Sonhei o melhor tempo da adolescência. Toda segunda-feira a roupa de cama era trocada. Lençóis de cretone brancos. Um cheiro de sabão em pó especial. Talvez fosse a mesma marca dos que existem hoje no mercado. Mas nunca mais senti aquele mesmo odor. Não era só por causa do sabão, tinha a ver com a água pura da fonte, a relva onde a roupa ficava de molho com anil; o varal de arame que balançava com o vento, imprimindo nos tecidos os diversos aromas que trazia de longe. Aquilo tudo compunha uma fórmula química única que fazia muito bem aos meus nervos. Dava-me um sono bom.
Muitos cheiros depois, adulta, passei a usar um perfume chamado Almíscar Selvagem. Nossa, era demais! Sentia-me poderosa envolta daquele aroma.  Há poucos dias li na internet que tal fragrância provém de um animal almiscareiro, originário da Ásia. O animalzinho capturado fica até 15 anos na mesma posição, sendo manipulado apenas para retirada do líquido que produz o perfume, até que morra. Senti-me culpada de ter sido tão ecologicamente incorreta. Mas quem da minha geração não foi?
Usar sempre o mesmo perfume nos personifica. Ficamos ‘customizados’, na linguagem atual. O Poison, para mim, tem ‘cheiro de saudades’, como canta Zeca Pagodinho. Nunca esqueci a pessoa que usava. Não vou contar que é segredo. Mas Poison é uma palavra francesa que significa ‘veneno’.
Têm cheiros que são tristes. Épocas de finados, por exemplo, me faz lembrar cemitérios. E cemitério tem cheiro de lírios brancos com velas queimando. Lembrança de infância, enterros na vizinhança. Visitas aos parentes mortos. Todos os anos o mesmo cheiro. E assim ainda é. Não gosto. Fico enjoada.
 Prefiro os copos-de-leite, nas mesmas cores e beleza. Sem lembranças nem odores. E as Margaridas também, desde que sejam aquelas do campo.  

terça-feira, 29 de maio de 2012


LIMITADA

Espremida no banco traseiro de um coletivo lotado, olho pela janela com vontade de pular. O trajeto parece não ter fim. Quando chego ao ponto de descer, sinto-me exausta. Abro a porta da minha casa apertada e meu gato pardo mia sofridamente lamentando por comida. Psiu, psiu, faço pra ele! Ele enrosca nas minhas pernas, sem esconder certa indignação. Abro o armário... Acabou a ração. ‘Hoje tu come a sobra de arroz com leite’.
Uma barata raquítica sai do ralo da pia, associando-se ao prato do gato. Ele mete a pata sobre ela. Aperta a presa que se finge de morta pra salvar a pele. Quando ele afrouxa,  a  coitada foge veloz pra sua vidinha de esgoto.
Meu banho é curto pra economia de consumo e contribuição com um planeta sustentável. Me seco na sala. O banheiro é apertado demais para eu esfregar as costas com meus braços compridos e cansados. Meu cabelo tá fraco e ralo. Sempre foi assim e a tendência é piorar. Esquento leite no microondas, tomo com um sanduiche de pão e mortadela. Uma banana pra arrematar o jantar! A TV de quatorze polegadas não pega direito. Abro o notebook, minha mais cara e preciosa aquisição.
Em frente à tela, tenho o mundo ao meu alcance. E minha vida limitada, finalmente se expande.

segunda-feira, 28 de maio de 2012


DÚVIDAS PÚBLICAS

Procuro fazer a declaração do Imposto de Renda assim que disponível na internet, pra receber a restituição no primeiro lote.  Certa vez fiz tudo direitinho, mas quando chegou o momento da restituição, nada. Verifiquei no sistema e lá constava ‘pendência’. Como resultado, a devolução ficou trancada. Tive que me dirigir ao órgão competente para esclarecer os fatos e tirar as dúvidas. Até aí eu não sabia o que estava errado. Chegando à repartição, passei pelo guarda, depois cheguei ao local das senhas. A atendente pediu sobre o que se tratava. Abri a boca e minha fala travou. Como explicar se nem eu sabia? Arrisquei:
-        Quero falar sobre meu IR.
-        Falar do seu IR? O que tem seu IR?
-        Eu não sei, por isso estou aqui.
Ela me olhou com uma interrogação séria e muda no olhar.
-        Ele está com pendências.
-        Que pendências, senhora?
-        Eu vim aqui para saber.
-        Qual seu CPF?
Puxei o documento com o número. Ela emitiu uma senha e me encaminhou ao andar superior. Depois de longos minutos, aproveitados no rascunho desta dissertação e vendo Bob Esponja na tela de TV disponível na sala de espera, apareceu a minha senha no monitor. Chegando à mesa do fiscal, tentei novamente explicar o que eu queria. Mais uma vez não consegui me fazer entender.
- Tem uma pendência! No site diz que os dados apresentados não coincidem com a receita anual.  E puxei a papelada.
O rapaz examinou com cara de aborrecido. Eu, na expectativa de elucidação das minhas dúvidas. Algum tempo fuçando na tela do computador, tecla aqui, tecla acolá, aparece o ‘furo’:
-        A senhora preencheu os dados do exercício 2010 na Declaração de 2009, por isso aparece a incompatibilidade.
-        Ah tá. E o que faço?
-        A senhora deve fazer uma retificação, transportando os mesmos dados para a Declaração de 2010 e fazer a Declaração de 2009, mesmo que sejam apenas dois meses.
-        E como fica a restituição?
-        A sua restituição virá somente ano que vem. E tem mais duas multas.
-        Duas multas?
-        Uma por ter declarado errado na primeira vez e a outra porque agora, a de 2009, vai aparecer no sistema como ‘fora do prazo’.
-        Mas não tive culpa!
-        É, mas o sistema já registrou assim.
-        Não dá para mudar o sistema?
O rapaz me olhou meio atravessado.
-        Se tiver que pagar as multas, nem vou ter restituição.
Continuou me olhando do mesmo modo e nada disse, mas entendi um ‘não é problema meu’. Perguntou-me se era só isso e desta vez fui eu que fiquei calada, mas ele deve ter entendido meu olhar dizendo: ‘minhas dúvidas prevalecem e eu quero que o sistema resolva esta pendenga e me restitua o imposto retido, afinal o sistema não é problema meu’.
E ficamos ali, contribuinte de um lado, servidor do outro, com o sistema e as dúvidas entre nós.

PRELIMINARMENTE


Preliminarmente...

Faz quase vinte anos que recebi o diploma de bacharel em Direito. Faz também um bom tempo que esqueci minha carteira da OAB em uma gaveta qualquer da estante de madeira da minha biblioteca.
Mas ainda mantenho um vício adquirido nos sete anos do curso: começar um texto com o ‘preliminarmente’!
...
Inobstante as preliminares, resolvi criar este blog para postar meus textos literários já escritos, os que eu deveria ter escrito e aqueles que eu ainda deverei escrever.
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Confesso que tenho tido sérios bloqueios criativos. Culpo todo mundo por isso: marido, filho, casa, cozinha, plantas e até minha gata surda, gorda e branca que neste exato momento dorme atrás do meu notebook, ronronando num sono de causar inveja.  
...
Este espaço, a partir de hoje, será meu sacerdócio! Aqui vou relatar, através de crônicas, contos, pensamentos e poesias, atos e fatos desta minha vida ‘mais ou menos’. 
A Maia será testemunha! (Maia é o nome da minha gata).

Benvenuti amici e lettori!