ESTAMOS
EM GUERRA
Gostaria
de voltar a escrever sobre amenidades, coisas leves da vida, do cotidiano. Mas está
difícil! Não há mais assunto que não aborde o caos que nos envolve. Estamos em
estado de alerta, estado de choque. Hoje já não existe mais ninguém que não
tenha perdido um conhecido, familiar ou amigo, por esta peste mundial. Aqui no
Brasil, estamos no pior momento da crise epidêmica. Na mão de um governo
perverso e relapso, o povo sangra!
Olho
para todos os lados e não consigo vislumbrar o que me persegue. Não podemos
mais encontrar amigos, visitar familiares, não temos mais vida social. Estamos
mortificados pelo terror! E eu me sinto desfalecer de ansiedade, acredito que
todos estamos nesse nível de estresse emocional. A Ordem a que pertenço, está
disponibilizando psicólogos online, gratuitamente, para todos seus filiados, no
intuito de aplacar nosso pânico. Nos noticiários, médicos chorando por terem
que escolher quem vai ter um leito de UTI e quem vai morrer na espera. O
pessoal da saúde que está à frente da trincheira, dizendo que estão ‘enxugando
gelo’, porque trabalham, trabalham e ‘a coisa’ só aumenta. Tenho dó desses
trabalhadores incansáveis que se desdobram em busca de forças para atender os
doentes que chegam em bateladas nas emergências, nas UPAs, nos hospitais...
Estamos
todos assustados, temendo um inimigo que não vemos, contra o qual a única arma
é a vacina. E esta não chega devido à falta de coordenação pelo Ministério da
Saúde que tem sido o entrave para a vacinação no país. Já poderíamos estar com
metade da população imunizada. Mas ao invés disso o governo troca de ministro
pela quarta vez, seguindo suas inconsequentes manobras políticas.
O
que estou escrevendo não fará alguma diferença, mas preciso colocar na tela, no
papel, minha angústia e indignação com tudo que isso. Quero apenas demonstrar
meu sentimento de vulnerabilidade diante dessa balbúrdia.
E
saber que estamos ‘todos no mesmo barco’ não me consola. Eu quero estar é ‘fora
deste barco’, bem segura na areia da praia, caminhando com os pés firmes no
chão, de mãos dadas com meus afetos, tomando sol e vento nas faces, VACINADA e
feliz!