sexta-feira, 19 de março de 2021

 

ESTAMOS EM GUERRA

Gostaria de voltar a escrever sobre amenidades, coisas leves da vida, do cotidiano. Mas está difícil! Não há mais assunto que não aborde o caos que nos envolve. Estamos em estado de alerta, estado de choque. Hoje já não existe mais ninguém que não tenha perdido um conhecido, familiar ou amigo, por esta peste mundial. Aqui no Brasil, estamos no pior momento da crise epidêmica. Na mão de um governo perverso e relapso, o povo sangra!

Olho para todos os lados e não consigo vislumbrar o que me persegue. Não podemos mais encontrar amigos, visitar familiares, não temos mais vida social. Estamos mortificados pelo terror! E eu me sinto desfalecer de ansiedade, acredito que todos estamos nesse nível de estresse emocional. A Ordem a que pertenço, está disponibilizando psicólogos online, gratuitamente, para todos seus filiados, no intuito de aplacar nosso pânico. Nos noticiários, médicos chorando por terem que escolher quem vai ter um leito de UTI e quem vai morrer na espera. O pessoal da saúde que está à frente da trincheira, dizendo que estão ‘enxugando gelo’, porque trabalham, trabalham e ‘a coisa’ só aumenta. Tenho dó desses trabalhadores incansáveis que se desdobram em busca de forças para atender os doentes que chegam em bateladas nas emergências, nas UPAs, nos hospitais...

Estamos todos assustados, temendo um inimigo que não vemos, contra o qual a única arma é a vacina. E esta não chega devido à falta de coordenação pelo Ministério da Saúde que tem sido o entrave para a vacinação no país. Já poderíamos estar com metade da população imunizada. Mas ao invés disso o governo troca de ministro pela quarta vez, seguindo suas inconsequentes manobras políticas.

O que estou escrevendo não fará alguma diferença, mas preciso colocar na tela, no papel, minha angústia e indignação com tudo que isso. Quero apenas demonstrar meu sentimento de vulnerabilidade diante dessa balbúrdia.

E saber que estamos ‘todos no mesmo barco’ não me consola. Eu quero estar é ‘fora deste barco’, bem segura na areia da praia, caminhando com os pés firmes no chão, de mãos dadas com meus afetos, tomando sol e vento nas faces, VACINADA e feliz!