domingo, 2 de junho de 2013


Estável tarde de domingo.
Céu fechado, sol amuado,
Abdicando de aparecer.
Na ampla sala do meu lar
Apenas o rumor do ar quente.
Deitada no sofá esfolado,
Minha gata balofa e surda,
Sempre se dando a Morfeu.
Ai, que inveja desta cena!
Quem me dera um sono assim!
Eu, sempre cabal inquietude,
Procuro sossego e...
Silencio em mim.


terça-feira, 23 de abril de 2013


 
REENCONTRO     


Estou aqui a rabiscar sobre as linhas vazias de um resto de caderno, empacada num poema que insiste em não nascer. Mais uma vez um parto difícil. O pior é que o sinto latente, espremendo meu ventre, querendo rasgar-me a carne, sangrando-me de dores. Mas, nada! Apenas algumas palavras perdidas, sem nexo nem sucesso. O que será que me travou assim?
Terá sido este longo e friento inverno? O tempo sobrando que eu nunca acho? As panelas, os gatos, as roupas, os pratos...?
          Parece que me perdi nesta vida doméstica que não se recicla e já nem sei embaixo de qual tapete ou sobre qual armário me deixei acomodar.
No ímpeto de ressurgir-me, saio a caminhar até a Redenção: passo pelo laguinho e chego às bancas da feira. Sinto o cheiro das flores de pêssego, do melado na pipoca, do incenso e outros tantos. Meu instinto já desperta, conspirando ao meu favor.
E, no café do Maomé, reencontro meu sabor. 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Voltei!

Um bom 2013, com quatro meses de atraso, a todos meus leitores.

Me perdoem a distração e ausência, mas eu sou mesmo assim, uma

Metamorfose Ambulante:

Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
...
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
          (Raul Seixas)