sexta-feira, 26 de julho de 2013


AMOR DE INVERNO

Quatro pés gelados,
Dois corpos deitados,
Nenhum ar condicionado.
Minutos passados -
O inverno se torna ausente.
Restam cobertores molhados
Do suor salgado e quente.


PENSAR DÓI



Hoje deixaria esta página em branco. Ideias dispersas, escassas. Mente inquieta. Terei que pensar para escrever.

Pensar dói. Texto doído sai sofrido, sem a graça da inspiração.

Matemática é cálculo, concentração, solução. Dói para o menino da escola a divisibilidade, potenciação, radiciação, a geometria. Dói tanto que ele erra até os mínimos cálculos de adição. A dor rouba sua atenção. Dói em mim a dificuldade dele. Mas esta dor não é minha.

A minha dor é com as palavras que me faltam; os verbos que não conjugam; os versos que não rimam.

Dor de escritor.

domingo, 2 de junho de 2013


Estável tarde de domingo.
Céu fechado, sol amuado,
Abdicando de aparecer.
Na ampla sala do meu lar
Apenas o rumor do ar quente.
Deitada no sofá esfolado,
Minha gata balofa e surda,
Sempre se dando a Morfeu.
Ai, que inveja desta cena!
Quem me dera um sono assim!
Eu, sempre cabal inquietude,
Procuro sossego e...
Silencio em mim.