Dena Escritora:
MULHERES
Sempre que entro numa livraria me apaixo...: MULHERES Sempre que entro numa livraria me apaixono. Este apaixonar-me constante me desgasta até a raiz, razão por que tenho ev...
quarta-feira, 27 de maio de 2015
terça-feira, 25 de março de 2014
AOS CINQUENTA
Passou
setembro e junto com a primavera eu fechei meio século. Logo não me dei conta,
mas o ano acabou, veio o Natal, Réveillon, férias, carnaval. Passei estas datas
num misto de achaque com apatia, se é que alguém consegue entender. Meu pensamento
desarranjado e descentrado. Uma espécie de mal, um sangramento interior.
Recorri aos fármacos, à terapia, à religião, entre outras alternativas, porém aquela ponta de adaga
cutucando no meu nervo mais sensível insistia, sem pesar, em me fazer sofrer.
Numa
das minhas caminhadas matutinas, mais por dever que por prazer, deitei na grama
verde, como fazia na minha infância. Veio-me na memória a lembrança, tão
distante, da beleza daqueles momentos.
Essa reflexão me avivou para a realidade que me incomodava: os cinquenta
anos! Trata-se de meio século. Não é uma
idade qualquer. Não se pode voltar atrás pra refazer absolutamente nada, nem as
coisas erradas e nem repetir as boas, porque o tempo é outro. Parar, nem
pensar! Sou jovem pra isso. Mas também não me sinto nova suficiente para
investir em grandes projetos. Talvez a solução seja avançar aos poucos,
devagar, sem pressa. Desacelerar, não correr tanto e apreciar mais a beira do
caminho. Com a maturidade, as dores e dissabores tornam-se menos difíceis de
elaborar. Fazer projetos, porém mais curtos e com expectativas menores e mais
racionais.
É
um tempo árduo esta meia-idade. Literalmente, o meio de um caminho, sem faixa
de retorno. A única opção é seguir adiante, independente das dúvidas e
inseguranças que apareçam, é a única via pra seguir até o fim da vereda. O que
me consola é ter tido um filho, escrito um livro e plantado até mais que uma
árvore, além de muitas flores. Nesta exata e prioritária ordem. Minha única
certeza é que continuarei plantando flores e replantando as que não vingarem. E
é só.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Muito tempo sem escrever.
Me sufoca a nostalgia.
Roubei esta letra do Martinho,
pra dizer o que eu queria!
Ex Amor
Martinho da Vila
Ex-amor,
Gostaria que tu soubesses
O quanto que eu sofri
Ao ter que me afastar de ti.
Não chorei!
Como um louco eu até sorri,
Mas no fundo só eu sei
Das angústias que senti.
Sempre sonhamos
Com o mais eterno amor.
Infelizmente,
Eu lamento, mas não deu...
Nos desgastamos
Transformando tudo em dor,
Mas mesmo assim
Eu acredito que valeu.
Quando a saudade bate forte
É envolvente.
Eu me possuo
E é na sua intenção,
Com a minha cuca
Naqueles momentos quentes
Em que se acelerava o meu coração.
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