quinta-feira, 7 de junho de 2012


SABEDORIA e IDIOTIA

  

Curiosa com o significado das palavras,  futriquei na internet sobre estes dois termos. Encontrei muitas significações. Segundo os ensinamentos de Sócrates, sabedoria é você estar sempre buscando o porquê das coisas, mas também admitir que você nunca será o detentor da verdade. Aristóteles dizia que a dúvida é o princípio da sabedoria.

Sabedoria é a qualidade do sábio, é prudência, moderação, temperança, sensatez. No popular brasileiro, sabedoria é esperteza, astúcia, manha. A idiotia, por sua vez, é definida como ‘atraso intelectual profundo, caracterizado por linguagem e nível mental inferior ao da idade normal de três anos’. Conseqüentemente, idiota é todo sujeito doente de idiotia, ou simplesmente uma pessoa pouco inteligente, ignorante, imbecil. A idiotice é um tema vasto, com muitos aspectos diferentes. Quando examinamos a questão da inteligência e da idiotice, surgem algumas perguntas: o que é, afinal, inteligência? O que é burrice? A idiotice é genética, hormonal ou aleatória?

Encontram-se tanto sábios quanto idiotas em qualquer lugar: do seu lado, às costas, nos bares e restaurantes, nas tribunas, palcos, auditórios, na frente do computador... Ou até à frente, ou atrás, deste artigo que se lê. Há idiotas que passam por inteligentes e há pessoas inteligentes que passam por idiotas. O caso de um dos maiores gênios da ciência, Albert Einstein, é ilustrativo. No início da vida, ele recusou-se a falar antes dos três anos de idade. Seus pais pensavam que fosse retardado mental. Quando Einstein ingressou na escola, foi novamente considerado imbecil. Para os professores, ele era um idiota que não conseguia decorar nada e se comportava de modo estranho. Em vez de responder imediatamente a uma pergunta, como os outros alunos, sempre hesitava. E, quando respondia, movia os lábios em silêncio, repetindo as palavras. Décadas mais tarde, Einstein deu o troco. Ele qualificou o nosso moderno sistema educacional como uma estrutura que reprime a inteligência e busca fabricar idiotas obedientes.

Na vida acelerada do mundo de hoje, todos querem ser espertos, vivos e astuciosos. Certa ocasião um colega me disse: ‘o mundo é dos vivos minha querida!’ Será que ele quis dizer que eu sou idiota? Vai saber!

Poderia escrever sobre este tema até a vigésima página, mas o espaço limitado não me permite. Também não adiantaria muito, porque ninguém mais tem tempo para ler. Sempre há ‘algo mais importante a fazer’.  É a vida corrida!





terça-feira, 5 de junho de 2012

O PRAZER DA FOFOCA

A origem da palavra fofoca vem do verbo mexericar que significa falar mal de alguém e que deriva do forte odor que a fruta mexerica deixa na mão. Não há como esconder que se comeu ou descascou uma mexerica. Essa mesma inclinação reveladora tem o fofoqueiro. Pedir segredo para o fofoqueiro é como pedir a alguém que não revele que comeu uma mexerica. Falar da vida alheia é uma prática bastante antiga. Na pré-história, os homens buscavam informações da vida de outros humanos, para saber suas fraquezas e medos com o objetivo de dominar, conquistar, vencer. Naquela época não havia escrita e as informações eram passadas oralmente. Assim, a fofoca passou a fazer parte da história, sendo utilizada em estratégias políticas, para desmoralizar monarcas.
No Jardim do Éden, logo após Adão e Eva ter comido do fruto proibido, a Serpente - causadora da expulsão do casal do Paraíso -, não satisfeita, disse para Adão que ouviu dizer que Eva teria dito que achava o seu pinto pequeno. Se Adão acreditou, ou não, o certo é que logo depois tratou de cobri-lo com uma folha de parreira.
O fato das pessoas se importarem tanto em saber sobre a vida dos outros muitas vezes é uma compensação por frustrações próprias, além de pouca atenção e cuidado com a própria vida. Quem faz fofoca levando as derrotas dos outros para frente é porque não quer olhar para os próprios erros. As pessoas mais incapazes são as que mais fazem fofoca. 
A fofoca tem reputação indiscutível. Muitos a praticam com zelo e competência invejáveis e nem sempre ela se apresenta como intriga. Às vezes é beneficamente necessária, surgindo como esclarecimento de fatos. Todos os meios de comunicação nos mantém alimentados com a ‘mexericada’ de qualquer espécie.

 A futrica governa invisivelmente o mundo, que é uma teia enorme de fofocas aumentando a cada segundo. Há sempre uma boca para fofocar e muitos ouvidos prontos para acolher, distorcer, aumentar e passar adiante. Todos querem dar sua contribuição, sentir ‘o seu prazer’.  Tudo isto parece ser a mais autêntica verdade.

A GENTILEZA ANDA LENTA

Todo dia vê-se notícias de acidentes de trânsito que chocam. ‘Um rapaz de dezenove anos, dirigindo bêbado, num carro de não sei quantos mil, atropela uma série de pessoas. Os pais pagam trezentos mil para ele responder o processo em liberdade’. ‘Um engenheiro que dirigia seu Porsche a 150km/h bate num Tucson e mata a jovem motorista de vinte e seis anos’. E as ocorrências seguem.
Não sei porque as campanhas de trânsito aqui no Brasil, que tem sido intensas, não fazem efeito na consciência de certas pessoas. É tão simples dirigir com prudência, dentro da lei e principalmente, com gentileza. Esta, então, anda a passos de formiga e sem vontade, tanto nas cidades como nas rodovias.
Na Europa e em algumas cidades aqui do Brasil, Brasília é um exemplo, a preferência nas faixas de segurança é sempre do pedestre. Tentou-se implantar este costume aqui em Porto Alegre. Não pegou. Foi um horror! Os motoristas xingavam os pedestres e estes palavreavam feio com os motoristas. Alguns dias atrás, eu dirigia numa rua aqui da capital. Parei numa faixa de segurança para dar preferência a uma senhora. Quando parei, os carros que estavam atrás de mim começaram buzinar, um motorista fazia sinais com a mão e outro arrancou o carro a toda velocidade, pegou a faixa da direita, quase atropelou a transeunte e se foi na frente.
Mais adiante, na próxima sinaleira, ele teve que parar do meu lado. Fiquei pensando: por que aquela pressa em ultrapassar, se logo adiante teria que parar no sinal? Existe uma necessidade fálica de ‘estar adiante’, de ‘entrar primeiro’, de vencer! Freud explicaria melhor.
A gentileza é ato tão simples, de efeito muito decisivo nas relações humanas, tanto para quem a recebe, como para quem a pratica. Mas para o exercício desta qualidade é preciso ter esforço e urbanidade. Esta natureza pertence apenas aos nobres, ilustres e distintos, não de valor econômico ou social, mas de caráter.