DISTÂNCIAS
Comecei a correr num sábado qualquer, por influência da Vivi, que eu
vira uma única vez e me fez o convite, e também por questões de saúde. Depois os
treinos foram se tornando rotina e a Vivi tornou-se amiga íntima. Nunca fui
apaixonada por esportes e no início foi difícil, muitas vezes foi preciso me
ungir de uma vontade majestosa para chegar à pista, mas depois dos esforços vinha
a compensação, o barato da corrida, o bem estar.
Já faz quatro meses que corro e na primeira competição colhi bons
resultados e isso me deu uma baita emoção; um estímulo ímpar. Hoje percorro
três ou quatro quilômetros suando com prazer. A brisa no rosto, o sol pegando
na pele, passadas largas no asfalto, as endorfinas navegando pelo sangue – corrida
é pura química!
Nesta manhã eu corria e pensava como é interessante na nossa vida
vencer distâncias. Basta ter um propósito, um querer bastante para ir adiante!
E às vezes podemos começar sem grandes razões, simplesmente pela necessidade de
se mover. No filme Forrest Gump, tem uma passagem que ele corre e justifica:
“... Corri até sair do
Alabama. Sem nenhum motivo, e segui
em frente. Corri até chegar no oceano. E quando cheguei lá, já que tinha ido
tão longe resolvi voltar e continuar. E ao chegar no outro oceano, já que tinha
ido tão longe resolvi dar meia volta e continuar correndo. Quando eu ficava
cansado, dormia. Quando tinha fome, comia e quando precisava ir… Bom, sabe… eu
ia.”
Assim eu ando, parando quando necessário, retomando o
percurso quando é preciso continuar, tanto nos treinos como em outros aspectos
da vida. E percorrendo distâncias, vou
vencendo barreiras, desprezando lembranças, amortecendo saudades!