BÁSICA
A maioria das mulheres gosta de produzir-se,
maquiar-se, renovar o figurino, o guarda-roupas, enfeitar-se com jóias e
acessórios. Algumas ficam elegantes, outras lindíssimas e algumas, de gosto
menos refinado, acabam ficando pior. Determinadas ocasiões da nossa rotina,
exigem tais produções. Confesso que tais investimentos me dá uma preguiça
danada. Ainda bem que minha vida social é restrita. Teve épocas em que eu
ansiava por tais momentos, novidades, festas, convenções, um reboliço qualquer.
Hoje, se pudesse, não tiraria o pijama e as pantufas, a não ser para tomar
banho, ou para trocar pelo abrigo e um par de tênis, porque gosto de caminhar.
E olha que nem sou tão velha assim!
Acontece que é tanta oferta de vestuário, calçados,
bolsas, acessórios, cosméticos e outro escambau de produtos sob nossos olhos,
por todos os lados, nas mídias, nas vitrines, que chega ao nível da saturação.
Não há dinheiro e energia pra consumir tudo. Foi ai que tomei uma postura
radical: ser básica! Somente o necessário, nada mais que o necessário.
Sinto uma certa nostalgia da época em que se tinha uma
roupa para usar nos dias da semana e outra para os finais de semana e só. Eram
produtos caros de se adquirir, poucas lojas, poucas ofertas. E se cuidava mais.
Não que a globalização e evolução neste aspecto seja ruim, mas eu tenho o
direito de resistir aos apelos consumistas deste mercado desvairado. E mesmo
quando saio do abrigo ou do pijama, meu vestuário é sóbrio. O básico me cai
bem. Ai de mim, mas sou feliz assim.