NINHO VAZIO
Quando se é mãe,
se amamenta, se cria, se educa, acostumamo-nos com as crias sob nossas asas.
Vamos cuidando e protegendo, estendendo ao máximo esta ligação.
Mas chega o dia
que é preciso e salutar romper o vínculo. Uns filhos saem de casa aos poucos,
vão trabalhar, estudar, mas continuam morando próximos ou junto dos pais.
Outros são mais radicais, fazem mochila e se mandam pelo mundo; outros vão
ficando até terminar estudos, arranjar trabalho, poder se sustentar, até
casar... Permanecem porque é cômodo e até porque as mães adoram e vão
alimentando esta estadia prolongada, aos moldes das ‘mamas’ italianas, ao
contrário do modelo americano.
Nunca tinha
pensado muito nisso, embora sempre ouvisse falar. Mas quando a situação se
apresenta na nossa realidade é que tomamos consciência do sentimento que é ver
os filhos voarem do ninho. Principalmente quando o filho é único.
As mães passam a
sofrer da síndrome do ninho vazio. Uma falta da presença dele (a) por perto;
uma saudade de vê-lo (a) chegar suado (a) da rua, do seu chamado ‘manhê o que
tem pra comê’, ou ‘cadê minha toalha?’. E agora de quem vai se cuidar? Da nossa
vida, talvez. Um pouco mais de nós que ficamos nos esquecendo neste longo
período de exercício da maternidade.
Embora sabendo
que o voo é salutar para o crescimento, maturidade e independência deles,
sentimos incerteza e angústia por não saber se os seus projetos vão se
edificar. Um ‘não sei o quê de não sei o quê’. Algumas mães devem achar bobos
estes sentimentos difíceis de explicar, mas tão intensos no sentir. Mas sei que
muitas mães que já passaram por isso compreendem do que se trata. E nessas
horas é sempre bom ouvir as experiências de outras mães, que nos ouçam,
acalmam, dão o ombro. Tenho pensado em criar um CMNV (clube de mães de ninho
vazio), para encontros de terapia coletiva. Quem se habilita a participar? Vou
estudar como criar o regulamento.
Enquanto isso vai se exercitando o ritual de “deixe-os ir”. Faz parte da
ritualística soltar um barquinho no mar, plantar uma árvore, flores, organizar
uma horta, fortalecer nossa fé. Eu comecei
mudando as plantas de lugar. Assim, vamos deixando o papel de mãe, uma forma
importante e catártica de ajuda-los seguir em frente.
O importante é que a base do ninho permaneça sólida. E se as avezinhas
precisarem executar um voo de emergência saberão onde pousar.
Mana, me emocionei e vc sabe porque nè?? De nós duas, eu fui a primeira a viver essa experiência. É tudo muito louco mas necessário quando se trata da independência e carreira de nossos filhores. Bjus no seu coração. Amo vc Mana querida.
ResponderExcluirPois é mana, estamos sofrendo a síndrome juntas. Obrigada pelo carinho e pela visita. Tamo!
ExcluirBoa noite querida...
ResponderExcluirIsso é uma grande verdade. Assim como as avezinhas saberão onde pousar na emergência, certamente levarão um boa base para sobreviver (Como você colocou no texto).
Bjãããããooooooooooo...
Obrigada Marcos, pela visita e pelo carinho. Bj.
ExcluirAssim como você tem muitas outras mães com o 'ninho vazio'. Acho que muitas encontrariam conforto num CMNV.Ótima ideia.
ResponderExcluirDaqui a pouco vc vai estar bem perto do seu filhote. Deus proverá! :)
Beijo no coração..
Oi querida Kati. Pois é, vou promover um 'encontro prévio' com estas 'mães abandonadas' (risos) pra ouvir opiniões e receber ajuda para fundação da 'ong CMNV'. Tu podes colaborar na ajuda terapêutica (kkk). Obrigada pela visita e pelo carinho. Tamo!
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